quarta-feira, 30 de abril de 2008

A comida minha dos últimos dias


Não, vocês estão enganados. Isso não é vaca atolada. É lex atolado.

domingo, 20 de abril de 2008

Do meio do estudo...

... sai essa:
- Macho que é macho pinga Buscopan na língua e vira cerveja por cima.

E a cerveja fica doce.

P.S.: Platão tem cara de quem comeu atum e não gostou.

Hiperultramegaligadão, cara

Impressiono-me com o poder da informática. Basta ligar alguns cabos, apertar alguns botões e o mundo, com quase toda sua vastidão, abre-se em fachos de luz coloridas que saltam de telas de cristal líquido com módicos centímetros de espessura. Sendo que pode-se até preterir os cabos. Com uma bateria e conexão wireless, para que atar-se ao temeroso passado dos fios empoeirados decorando a parede do quarto?

É tudo muito simples. Um navegador e muita curiosidade podem levar a paragens de grande curiosidade. São muitas informações compiladas, reunidas e hiperligadas pelo Google (que já pensa por você, mané!) capazes de unir papai noel a bomba atômica com muita lógica. Isso sem falar no orkut, fotologs, blogs e congêneres. O hiperlink extrapolou o virtual e já atua conectando pessoas ao redor do mundo de forma bastante real.

Parece sem limites. Quanto mais se navega em mares virtuais, mais parece que há o que se ver e descobrir. No entanto, para a salvação do mundo, real ou virtual, e de nossa capacidade cognitiva, esbarramos em limites, palavra própria e conceito inerente a tudo que é deste mundo: uma página 404. Fim da linha, meu amigo!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Bumbo de bruma

A luz se fez por entre brumas dublinenses. Hoje acordou um dia de inverno, frio, úmido e escuro, apesar do verão e do carnaval que anuncia seus primeiros gritos. Os telhados de zinco molhados testemunhavam o suave borrifo que caiu das nuvens ao longo da noite escura e profunda. Do mesmo modo, o asfalto exibia uma mistura heterohomogênea de água, óleo, pó, bingas de cigarro, entre outros restos lançados ao chão, testemunha da vida privada dos pedestres que por ali passaram no dia anterior.

Saio afora. Um morador de rua se desperta, olha o dia e murmura palavras ininteligíveis. Sons colidem no ar e caem ao rés-do-chão, desfeitos em seus significados. Lanço-lhe um olhar. Ele, estupefato com o flagrante, põe-se a rir. Esboço uma contração no músculo do canto direito da boca. Passo. No calçadão, ora vazio, um grupo de foliões ornados com colares havaianos sopra seus apitos e bate seu bumbo. Ainda é cedo, poucos cruzam pela vereda, anúncio da alegria às sólidas e suadas paredes de concreto dos edifícios que se eregem dos dois lados.

O dia se inicia. Ante o frio, tudo. Exceto a alegria gris.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Apud belorizontina

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado...


Singrando o mar de morros desse magífico estado, parte o ônibus com direção à capital, encurtando distâncias, aproximando amizades.

Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar


Sabia que a vida guarda pequenas surpresas e pequenos prazeres: encontrar com uma colega que há muito não via e sempre quando passa pelo BH Shopping sente o pulso acelerar-se num misto de ansiedade, alegria e paixão.

Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado pra durar

E sempre aquele desejo e a promessa, ainda hei de morar aqui!

Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo

Indescritível sensação de liberdade e de plenitude. A vida corre intensa pelos traços planejados de Niemeyer.

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor

De que vale o trabalho se não for com amor e não gerar frutos?

Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver


São inúmeros os horizontes, mas todos são BELOS.

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo


BELOS BELO HORIZONTE

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Das cozinhas

Não tem jeito. Basta juntar mais de dois e o lugar minervamente eleito para abrigar o papo, a cachaçada e o petisco é a cozinha. Fim de semana, artigos e ensaios para escrever, chega uma hora que só juntando a galerinha com o pretexto de discutir os pontos principais dos textos-base para dar uma aliviada.

E assim, inesperadamente a mágica acontece. Juntamos Guga, Renata e eu na casa da Ju. Menu du jour? Strogonoff de frango, batata palha e negrito para desinfetar. Resultado? Geral travada de tanta cafeína no sangue, peço pra sair e volto pra casa às 5h15, Guga e Renata só lá pras 9h00, quem sabe. A manhã tampouco nascera.

Outro dia, outra cozinha. Dessa vez aqui em casa para um almoço decidido na hora, mais negrito, mais papo, mais risadas e uma foto marcante, que remonta às mais antigas origens humanas, ao elo perdido.

Pimentae in anus autrem q'sucus est
Pimenta no anus alheio Tang é

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A Ilha das Flores

Falando em flores, deixo abaixo um trecho extraído do documentário A Ilha das Flores:

"Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não tem ninguém que explique e ninguém que não entenda".


Para quem não assistiu, recomendo!


P.S.: nos créditos, os créditos à última frase são dados. Cecília Meireles in Romanceiro da Inconfidência.

terça-feira, 1 de abril de 2008

A moça do vestido de flor

Despediu-se de suas amigas e se pôs novamente em marcha pela vereda. Seu sorriso largo e alvo moldava-lhe o olhar doce e pungente, enquanto a boca versava carinhosas palavras de despedida. Os longos cabelos amadeirados voavam em cachos ao sabor do vento, o mesmo vento que fazia flamular seu vestido de algodão azul cravejado de pequenas flores rosas. O quebrar de seu quadril dava à cena o movimento preciso à cadência dos seus passos. Mulher, pele macia e morena, traçava um caminho etéreo com a música que desprendia de seus poros. Mão à bolsa e o som do celular: Nokia Tune.

O encanto fora quebrado com a péssima escolha do toque musical.