sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Reflexo

Teus olhos refletiam a luz do ambiente. Ainda que, quando estávamos juntos tudo à nossa volta sumia, a confusão de luzes da cidade fazia por revelar ainda mais a ternura de teu olhar.

E enquanto escrevias, pensei sobre a sensação do tato sob as pontas da minha mão direita. A mesa. Mas não há mesa, não há nada à nossa volta quando estamos juntos. Nem a pressão do meu cotovelo na mesa enquanto a mão esquerda apoia meu queixo para minha cabeça admirar-te enquanto escrevias. Não há mesa. Há apenas tua presença por todo o ambiente e em ti me apoio e se não es tu no tato da ponta dos meus dedos, es tu quem entra por meus ouvidos quando te admiro em teu silêncio.

Um comentário:

Jeferson Cardoso disse...

Belíssimo poema. Guarda um suspense durante todo o percurso e ao final, bem, ao final continua íntimo e reservado (sorrio). Parabéns!
Abraço: Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com .