segunda-feira, 2 de março de 2009

Pai e filho

Você é meu pai, eu sou seu filho.
Somos amigos.

Você me observa, eu não te entendo.
Você me diz, eu não te ouço.
Você se cala, eu não te quero.
Você é meu pai, eu sou seu filho.
Eu não te entendo, você tenta.
Eu não te ouço, você me mostra.
Eu não te quero, você me ama.
Somos amigos.

Você diz, eu pondero.
Você mostra, eu vejo.
Você aceita, eu tolero.
Você inabalável, eu ruína.
Você é meu pai, eu sou seu filho.
Somos.

E assim sangue, impulso,
carne, vida,
nos reconstruímos.
Timidamente nos damos as mãos.
Você me abraça, eu te abraço.
Você me olha, eu te olho.
Você me quer, eu te amo.

Somos amigos.

10 comentários:

disse...

Lex com surto de inspiração!
Vou ter tempo para ler seus textos!
Aguarde!

bjs

Lex disse...

De vez em quando vem a onda! Olha a onda, olha a onda!

Anônimo disse...

Foi o filme que gerou isso em você?
Vi recentemente e fiquei dias em catarse.

Anônimo disse...

Cá entre nós, o filme é muuuuito incômodo!!! Mas o seu poema não, é algo com que muitos de nós podemos nos identificar. E é lindo!!!

disse...

Qual filme?

Lex disse...

Chama Pai e Filho. É um filme russo.

Gustavo disse...

Conflitante essa porra.

Anônimo disse...

Conflitante é o filme... e sim, kinda incestuous...

Anônimo disse...

Muito chocante, vc precisa escrever mais. BLZ.

disse...

Hunf...
Snif...
Falta de papos!

Quero minha tecnologia.
Meu canto.
Meu espaço!

Meus amigos!

Cadê Lex?