sexta-feira, 12 de março de 2010

Aurora

Eis que o dia termina deitado numa cama de brancos lençóis. O perfume do banho exala um misto de cansaço e leveza, sensações antônimas que só podem se unir nessas pequenas horas. A noite gera um novo dia em seu ventre escuro e profundo e o pensamento ainda vive o frenesi das grandes avenidas. O corpo desprende pelos poros a agitação absorvida no quase roçar das gentes em seus ires e vires. Deitado aqui nesta cama, alhures, pode então fantasiar, enquanto aguarda pelo último suspiro da consciência, que a aurora e sua sinfonia, por fim, aplaque a solidão.