terça-feira, 1 de junho de 2010

Impressionista


Verde e azul era seu princípio.
Logo após, pulverizações brancas pareciam flutuar.
Criaram-se pequenas esferas multicoloridas
que se espalharam por todo o verde.
No canto direito, uma pequena esfera rebelde havia tomado conta
e fez-se um borrão verde e marrom ao final.
Era tão grande que uma mancha escura apareceu pelo verde primário.
Enquanto fitava o azul e desejava dar-lhe mais luz,
um risquinho colorido passou voando para o lado de lá,
uma borboleta quiçá.

De repente, daquele canto infértil,
um banco de areia que descompunha minha tela,
surgiram olhos, boca, mãos e sentimentos.

Como pode, meu Deus, tão pequenino ser
folgar-se junto a meu paraíso?

E caio na real. Foi só me distanciar,
só um pouquinho,
e observar a cena.

Era apenas um jardim
onde brincava quando pequeno.

escrito em 5 de setembro de 2001

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