sábado, 16 de agosto de 2008

Pátria minha


A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar;
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha !

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Vinícius de Morais

4 comentários:

Anônimo disse...

Que pérola vc arranjou, hein meu poeta?!

Anônimo disse...

* elucubrações

: )

Raven disse...

E os jogos Paraolímpicos?

disse...

Bonito poema. Não conhecia.

Passei aqui só para dar uma olhadela em seus textos e dizer que você deve continuar em frente!

A fatia de broa estava muito boa!rsrs