A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar;
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha !
Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Vinícius de Morais
4 comentários:
Que pérola vc arranjou, hein meu poeta?!
* elucubrações
: )
E os jogos Paraolímpicos?
Bonito poema. Não conhecia.
Passei aqui só para dar uma olhadela em seus textos e dizer que você deve continuar em frente!
A fatia de broa estava muito boa!rsrs
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