sexta-feira, 28 de março de 2008

Temperos de família

Dizem que somos feitos de água, terra, ar e fogo.
Digo: somos feitos de sal, açúcar, vinagre e azeite; temperos essenciais para que a vida exista.
Primeiro, lança o sal à terra, molha com água, ateia fogo e sopra para não apagar. Eis o pão da vida.
Em seguida, acrescenta o doce da infância, o vinagre da mocidade e o azeite da juventude.
No entanto, o açafrão, o curry, o cominho e o cardamomo, esses sim, são passados, de pouco a pouco, como segredos de família, num belíssimo e estranho ritual de iniciação.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Microsoftofóbico

Lex diz: Vc vai me salvar! Pq q o Windows Media Player não executa um vídeo qd eu ponho a legenda?
Ernst Austen diz: WMP é da Microsoft, nao presta.
Lex diz: Hahua! É assim: tô com o arquivo de vídeo xvid e a legenda em srt na mesma pasta,
mesmo nome. Quando clico no vídeo, o WMP abre, mas não roda o filme. Se eu mudo o nome da legenda ele lê perfeitamente.
Ernst Austen diz: Ainda nao entendi pq vc tá usando o WMP. Eu nao uso o WMP desde... sempre, então nao sei como faz com legendas nele, e mesmo se é possível. Se quiser uma dica de outro player, recomendo o mínimo Media Player Classic.
Lex diz: Pq o céu é azul? Pq a chuva é molhada? Pq nada da Microsoft funciona direito?
Ernst Austen diz: Hehehe! Já viu no Word??? Vc clica em Novo Documento e ele não te dá um novo documento!!! Te dá um menu com várias opções e links e vc só queria uma folha em branco!

domingo, 23 de março de 2008

Um dedinho de prosa

Olá você que lê esta primeira postagem do No chão da cozinha. Por que No chão da cozinha? Bem, caro leitor, parte da resposta está na descrição do blog, mas outra parte está no intróito do livro Kitchen, da autora japonesa Banana Yoshimoto, cujo excerto ponho abaixo:

"Creio que a cozinha é o lugar do mundo que mais gosto. Na cozinha, não importa de quem nem como seja, ou em qualquer lugar onde se faça comida, não sofro. Se é possível, prefiro que seja funcional e que esteja muito usada. Com os panos secos e limpos e os azulejos brancos e brilhantes.

Até as cozinhas sujíssimas me encantam.

Ainda que haja restos de verduras caídos pelo chão e esteja tão sujo que a sola dos sapatos fique enegrecida, se a cozinha é muito grande, eu gosto. Se alí ergue-se uma geladeira enorme, cheia de comida, como para pasar todo um inverno, gosto de me encostar em sua porta prateada. Quando tiro os olhos do fogão a gás engordurado e da faca oxidada, na janela brilham estrelas solitárias."

De fato, a cozinha é o lugar da intimidade velada e revelada, o lugar onde se dá a magia alquímica da transformação dos alimentos, onde a família se reúne e onde amigos e parentes trocam confidências.

Bem-vindo à cozinha. Puxe seu banquinho ou sente-se confortavelmente no chão, que, a partir de agora, só vem história!